A Coragem e a Arrogância
por
Beto Pandiani
24/6/2020

Eu ainda afirmo. Coragem é viver no medo, pois quem opta por este caminho precisa ser corajoso para se abandonar, e levar uma vida refém da auto piedade, da vitimização e do arrependimento.

Todas as vezes que optei pelo caminho do medo, eu me senti sozinho, em dúvida e acabei perdido em um labirinto dentro da minha mente.

Quando decidi fazer as pazes comigo, e romper com o medo, não precisei da coragem. Precisei da honestidade, e da humildade.

O que me prendeu no medo foi a ignorância e minha arrogância em achar que a minha mente programada ou o meu ego, poderiam dentro da minha racionalidade encontrar todas as explicações e argumentos para eu achar que o mundo tinha que mudar.

Este estado de medo me iludiu criando a ideia de que tudo estava errado, e que para eu sair do meu aprisionamento, era preciso que os outros com quem eu me relacionava, tivessem que mudar.

Por isso eu reafirmo. O medo está relacionado a arrogância.

Quando decidi ir para lugares remotos em um barco sem proteção, não foi apenas a coragem que me acompanhou, mas a confiança cega na minha intuição, e no meu aprendizado que eu não poderia construir nada na minha vida se continuasse a permitir que o medo tomasse as minhas decisões.

Coragem é nos esquecermos quem somos.

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Beto Pandiani
A Corrupção
Para o plano espiritual um bem material não tem valor por si só. O seu valor está ligado a energia que você disponibilizou para adquiri-lo. Ao usar o seu poder de maneira errada para usurpar o direito de outra pessoa em possuir o que cabe à ela, você está se corrompendo. Existe algo mais profundo por trás de um roubo. Aquele que usurpa, está materializando no mundo físico um falso conceito que vai contra uma lei universal fundamental sobre a prosperidade. Todos nós nascemos com a possibilidade de sermos prósperos, pois a nossa origem é divina, e negar esta dádiva é negar a vida inteligente, é negar a criação e em última instância, é negar a Deus. Roubar é o mesmo que assinar um papel atestando que lhe falta possibilidades de conseguir prosperar pela sua própria energia. Não descarto também a ganância, que é uma distorção moral, que nasce da mesma falta de consciência de quem somos. A corrupção, que é esta energia negativa responsável por todo o desequilíbrio no planeta, gera desconfiança primeiro em quem a pratica, depois no entorno de todos nós. Dela se origina toda a decadência humana. Mas a corrupção vai além dos bens materiais. Quando deixamos de seguir o nosso coração, e somos controlados pela programação da mente, nós estamos nos corrompendo. Quando vivemos uma vida infeliz, com certeza em algum momento nos corrompemos. O fato de não entendermos que a felicidade é um compromisso assumido, e vivermos uma vida inteira achando que ela é uma possibilidade, também é um sinal da corrupção do nosso contrato de alma. A corrupção gera a desconfiança coletiva, a separação e a violência. Os vícios, a depressão, a intolerância, a ganância, o egoísmo, o materialismo e a vaidade são fruto da corrupção. Quando sentimos inveja de outra pessoa, roubamos a energia dela, e isso nos torna aliados da corrupção. Se sentimos inveja de outro é porque não sabemos quem somos, assim sendo enviamos a nossa alma esta mensagem que é entendido como um pedido de socorro. Experiências relativas à ignorância de quem somos serão vivenciadas como uma forma de resgate. Hoje no planeta, a guerra mais silenciosa é esta: a luta pela energia alheia. Tudo gira em torno do esforço das empresas em querer a sua atenção para te convencer a adquirir algum bem ou serviço. Nas redes sociais acontece igual, todos querem ser percebidos, e para isso muitas vezes se corrompem, pois buscam ser o que não são. Quando olhamos o nosso mundo atual pela janela, e vemos a corrupção aflorando em todos os níveis, percebemos claramente o quanto estão usurpando a nossa energia. O impulso inicial é a indignação, a raiva, e muitas vezes a violência. Mas será que a nossa falta de compromisso com a moral espiritual não é a origem de todo o desequilíbrio? Eu vejo que sim, e este momento é extremamente importante, pois antes de resolvermos a questão da corrupção, temos que nos resolver diante dela. Não negue nenhuma experiência que vem ao seu encontro, pois a Vida, ou Deus, ou a Energia Primordial sabe exatamente onde estamos tendo dificuldade de enxergar. Sejamos humildes e honestos a começar um outro movimento silencioso que não seja a guerra, mas sim a nossa transformação definitiva. O compromisso é com o todo, mas ele só pode ser honrado individualmente.
A Dança da Luz e da Sombra
É muito comum em uma noite de Lua cheia nos sentirmos magnetizados, e dizermos: “Você está vendo a Lua aí da sua casa? Veja como ela está linda! Mas não é a Lua que estamos vendo, e sim a luz do Sol refletido (refletida) na Lua. E é assim com tudo que enxergamos. Só podemos ver corpos celestes com luz própria. Talvez por isso nós costumamos chamar algumas pessoas de iluminadas. A meu ver isso significa que elas ainda recebem a Luz de alguma expressão amorosa. Aos que despertaram totalmente, estes sim têm a sua Luz percebida pela sua expressão amorosa continuamente, assim como uma estrela. Um eco deste mesmo entendimento acontece quando lemos um texto, ou um poema, e inicialmente nos emocionamos. Apressamos em entender que foi o autor que nos emocionou, ou suas palavras. Mas o que te emocionou foi apenas o reflexo da seu sentimento. Você se emocionou por perceber que dentro do sentimento daquilo que você leu, existe algo dentro de você que reconhece aquela beleza. Os sentimentos mais elevados são os mágicos encontros das lindezas de dentro de nosso mar com as lindezas dos oceanos de fora. Este é um mecanismo de como funcionam as nossas expressões e o reconhecimento delas. Quando nós amamos alguém é isso que acontece, o mútuo reconhecimento das belezas das almas. Eu falei da Luz, mas existe aquele momento do final do dia quando ela da espaço para as sombras se expressarem. Assim o Sol se põe e a noite cai sobre nós com as suas sombras. Exatamente no final do dia é quando as sombras estão maiores, pois é o único momento onde Luz e Sombra se contrapõem. Desta forma quando a sombra de fora se encontra com a nossa sombra o fenômeno contrário acontece da mesma forma. Assim quando enxergamos uma expressão sombria de alguém, e aquilo nos fere, não nos apressemos em julgar, pois igualmente vamos nos deparar com o nosso reflexo interior. Por nunca entendermos que o que percebemos é apenas o reflexo daquilo que ainda expressamos, temos dificuldade de assumir nossa falta de Luz em certos aspectos da nossa consciência. Ao nos expressarmos em alguns momentos com pouca Luz, confundimos as nossas sombras com as sombras daqueles que de alguma forma nos atingem. Isso acontece de forma bem frequente quando lemos algo que nos desagrada na mídia. Nem tudo, mas a maior parte do que nos afeta ainda está relacionada com os nossos aspectos ainda não equilibrados. No caso da Luz, é fundamental nos apropriarmos das nossas belezas como maneira de reafirmarmos a nossa origem celestial. Tratando-se das nossas sombras é imprescindível que as reconhecemos como nossas dificuldades temporárias que ainda não foram equilibradas, pois ninguém é imperfeito, e ninguém tem defeito. Como já afirmei, coisas tem defeitos, e por serem coisas elas não têm a capacidade de se autoconsertar. Nós que somos seres espirituais só temos que encontrar o nosso Sol interior, e nos expressarmos com toda a nossa intensidade de Luz. Eu sonho com este tempo na jornada espiritual. O tempo em que todas as Luzes irão se expressar com toda a sua potência máxima criativa de amor. Eu imagino que o Universo se encherá de tanta Luz que Ele chegará a uma Conclusão. Será que este é o ciclo do Big Bang?
A Descoberta de um País Nobre
Em 1994 realizei com alguns amigos uma das viagens mais surpreendentes na minha vida. Não só pela extensão, e pela ousadia, mas também pelas surpresas que foram surgindo ao longo do caminho. Velejamos desde Miami até Ilha Bela em dois pequenos catamarans. O roteiro talvez tenha sido o mais inovador de todas as expedições que participei, pois quando chegamos à Venezuela, após 100 dias de Caribe, entramos no delta do Rio Orinoco, e por ele navegamos 1.800 quilômetros contra a corrente em plena floresta amazônica. Enfrentando corredeiras, dilúvios inimagináveis, a guerrilha da Farc, a corrupção da polícia local, a falta de abastecimento, as nuvens de insetos que insistiam em nos devorar, e para completar nós não tínhamos cartas fluviais para nos orientar. Nós navegamos apenas com uma folha de mapa da América do Sul sem nenhuma precisão. Depois de várias semanas chegamos ao Canal do Cassiquiare, que une naturalmente as bacias do Rio Orinoco e do Rio Amazonas. Foi por este canal que chegamos ao Brasil, na fronteira tríplice com a Venezuela e a Colômbia. Descemos o Rio Negro inteiro e depois o Amazonas até alcançar Belém, quase na beira do Atlântico. Cortamos a Amazônia do Mar do Caribe ao Atlântico em 75 dias percorrendo 5.500 quilômetros por três rios e um canal. De volta ao mar, nos deparamos com o trecho mais difícil: Belém – Natal e os 1.800 quilômetros de vento contra corrente, contra onda. Mas a nosso favor nós tínhamos a vontade de chegar, e a beleza selvagem do pedaço da costa brasileira menos conhecida e menos habitada. Conhecida por Furos Paraenses e Furos Maranhenses, este pedaço de costa é extremamente recortado, e nestas reentrâncias profundas, existem grandes manguezais, rios, e pequenos vilarejos escondidos pela mata. Moram ali gente que vive da pesca. Gente simples, pessoas que levam uma vida rústica naquelas águas salobras, mas são pessoas de coração doce. Eu não imaginava encontrar tanta elegância nos gestos daquela gente, e nas praias e bancos de areias da região eu tive grandes encontros. Lembro-me como era um dia duro no mar. O barco batendo o dia todo e sem parar nas curtas ondas do litoral do Pará. A sensação era a de que a qualquer momento o barco iria desmontar. E foi o que acontecia mesmo. Praticamente quebramos alguma peça do barco todos os 50 dias deste trecho. A rotina era muito espartana, pois velejávamos dez horas por dia sem muito progresso, mas já sabíamos que seria assim e o que sobrou foi ser resiliente e simplesmente ir. Acordávamos antes do Sol nascer, desmontávamos o acampamento, tomávamos o nosso café da manhã e empurrávamos as nossas jangadas hi tech contra a arrebentação. Quando conseguíamos nos esquivar de uma onda prestes a nos pegar era um alívio e motivo de muita comemoração. O resto do dia era lutar contra a natureza, ou melhor dizendo, tentar poupar os nossos dois catamarãs, pois eles tinham que nos levar de volta para casa. Ilhabela. Os dias eram longos e molhados, pois as ondas arrebentavam na lateral do barco adernado, jorrando um balde de água salgada na nossa cara. Como o progresso era lento, eu tinha muito tempo para pensar na vida. Era quase um transe, que só era interrompido por algum peixe voador, ou alguma conversa ocasional com o Duncan, meu companheiro de barco. Neste trecho da viagem nós judiamos bastante dos nossos corpos. A pele ficava permanentemente molhada e salgada. No final do dia quando já estávamos em alguma praia nem sempre encontrávamos água doce. Como o vento era muito forte nos meses de setembro e outubro, nossas barracas eram invadidas pela fina areia das dunas da praia. De manhã cedo eu sempre acordava com a boca cheia de areia, assim como o ouvido. O corpo foi assimilando um misto de pele ressecada com sal. Mesmo com toda a proteção solar era difícil se proteger. Havia muito reflexo do Sol na água do mar. Em um destes dias paramos em uma ponta de areia onde havia alguns pescadores vivendo em palafitas. Logo vieram eles, os curiosos, ver o que eram aquelas duas jangadas tão exóticas, e como sempre em todos estes tipos de encontros, era uma questão de minutos para nos convidarem para jantar com eles. Subimos em uma das palafitas onde eles viviam e sentamos em círculo no piso. No centro havia um cesto comunitário com camarão seco, resultado da pesca do dia. Com uma luz amarelada pelo lampião eu podia ver na pele dos nossos anfitriões como a vida se desenhava nas rugas provocadas pelo Sol e o mar. As mãos eram fortes e machucadas, ainda assim não se via nada que não fossem sorrisos. Os olhos eram meio embargados pela exposição excessiva ao Sol. Enquanto eu me refestelava com o camarão, eles nos contavam como era a vida deles por ali. Como naquela região existe um movimento grande de maré e existem muitos rios desembocando nos manguezais, as praias mudam de lugar, e eles por sua vez também desmontam suas palafitas de tempos em tempos conforme a natureza redesenha o litoral. São na verdade nômades dos bancos de areia, e vivem da pesca do camarão, do sururu e do caranguejo. O dia seguinte começava muito cedo. Lembro-me de acordar e começar a tirar areia de dentro do meu ouvido. Acontece que durante as noites nossas barracas eram invadidas por muita areia que voava com muita força por causa do vento. O nosso progresso era lento por conta das condições do mar. Já li em guias náuticos internacionais, que nenhum velejador de bom senso deveria se aproximar daquela costa para velejar no sentido contrário ao vento naquela época. Dizia ainda que este é um dos piores trechos do planeta para navegar. Além de tudo havia muitos bancos de areia, e foram várias as vezes que quase encalhamos no meio de mar. As armadilhas dos pescadores também eram outro obstáculo, pois elas avançavam mar afora como se fossem verdadeiras cercas de bambu. Navegamos nos piores meses do ano, setembro e outubro, onde todos os dias o vento variava entre 25 a 35 nós. Isto significa muito vento, e por causa destas condições tão precárias nossos barcos desmontaram. Foram necessários 50 dias para chegar à Natal e isso teve um custo alto. O mastro caiu três vezes, quebramos duas travessas traseiras do barco, 17 estais partidos (cabo de aço que sustenta o mastro), lemes, centenas de rebites. Eu me lembro bem, pois todos os dias bem cedo, quando saíamos de alguma praia eu olhava para o meu barco, e me perguntava o que iria quebrar naquele dia. Esta era uma certeza, algo iria acontecer, e onde iríamos parar ninguém poderia saber. Este foi um grande aprendizado para mim, pois testei ao máximo a paciência, a resiliência e a confiança. A cada quebra surgiam situações novas e inesperadas. Dependendo da quebra éramos obrigados a procurar ajuda em qualquer lugar para consertar a peça avariada. Imagina achar um torneiro mecânico no meio de um manguezal, mas teve um dia que achamos um. Este foi o ponto alto desta etapa, pois o inesperado mudou toda a nossa perspectiva, e a cada quebra o destino nos levou para recantos que jamais conheceríamos se não tivéssemos quebrado. Quando entendi que a viagem não era tão precisa assim, que nem tudo era possível de se controlar e que de algum modo os eventos aconteciam para no final vivermos o inesperado. Aceitei, e relaxei. Assim pude ter um encontro sem julgamento e definitivo com o destino. Foi um dos aprendizados mais significativos que tive na vida para aprender a aceitar as coisas que a vida oferece. O passo seguinte foi confiar. Confiar que algo melhor viria, e sem ansiedade, como uma folha que é carregada pelo vento, que só termina sua jornada quando ele decide parar de soprar. Uma destas inúmeras quebras foi um parafuso interno no casco do meu barco que partiu, e assim o mastro despencou. Rebocamos com o outro barco para dentro de um manguezal imenso formando uma baia. Depois descobrimos que era a Baia Camará- Açu. Velejamos muito até encontrarmos um pequeno pesqueiro que nos levou para dentro dos furos até chegarmos a um lugar chamada Nova Olinda. Foi lá que conhecemos Ney Agostinho, um catarinense que tinha um pequeno pesqueiro e vivia na região. Foi ele que nos recebeu e nos ajudou a organizar o nosso conserto. No final da manhã do dia seguinte já com o barco arrumado ele nos rebocou até um outro vilarejo muito pequeno. Normalmente nestes vilarejos a vida se desenvolve a partir de um pequeno píer. A economia vem da pesca e da construção de embarcações. Um fato impressionante e admirável é que o Brasil é o país do mundo com a maior diversidade de pequenos pesqueiros artesanais. Infelizmente eles tendem a desaparecer, pois a indústria pesqueira além de devastar os nossos mares, não dão chance ao velho pescador. No caminho passamos por uma região onde a pesca do sururu é a principal atividade da região. O sururu é uma espécie de concha que fica dentro da areia do mangue. Os pescadores esperam a maré baixar e em uma espécie de lodo eles ficam por horas a fio enfiando a mão no solo arenoso agarrando um a um. Daí sai o sustento de muita gente. Seguimos viagem e pelo caminho refleti sobre os diversos Brasis que vivemos. Tanta gente vive de forma tão singular, tão distante da nossa imaginação e no dia a dia onde somos engolidos pela rotina, nos esquecemos de que em algum lugar longínquo existem pessoas que ainda vivem regidos pelos ciclos da natureza. Estas pessoas estão desconectadas do modismo, da tecnologia que anda engolindo o sentir, e mantendo milhões de seres na beira da estrada da vida. Chegamos no vilarejo por volta das 4h da tarde, após algumas horas de reboque pelos canais internos dos manguezais. Amarramos os barcos no píer e saltamos felizes para explorar o vilarejo. O Duncan, meu companheiro de barco que é um Sul Africano estava encantado com toda esta sequência de acontecimentos, pediu ao Ney para procurar alguém para cozinhar um sururu. Ney nos levou a casa de um velho amigo. As poucas ruas do lugar eram de areia de branca. No caminho percebemos que vinham atrás de nós uma porção de gente, aliás, quase a vila toda. O Ney nos explicou que era a hora do banho e naquele mágico lugar o banho era coletivo. Não achei que fosse verdade, mas ele confirmou e explicou que todos os dias no final da tarde as pessoas iam para uma curva de rio, e separados entre mulheres e homens cada grupo entrava no rio para se banhar. As crianças com a mulheres ficavam na parte acima do rio, e abaixo os homens. Todo mundo carregava toalha, sabonete e percebi que caminhavam na maior alegria e animação. Imagine que existe um lugar no mundo onde todos se banham juntos, junto à natureza, com muita naturalidade e pureza. Depois do banho todos retornaram à suas casas e nós fomos organizar o nosso sururu. Jantamos maravilhosamente bem, e para mim o ritual de um jantar, ou qualquer outra refeição, me traz muita felicidade. É muito dolorido saber que uma grande parte do mundo não tenha o que comer, e que uma outra grande parte não se alimente com consciência. Existem aqueles que transformam o ato sagrado em competição, estimulando uma indústria de críticos a eleger os melhores restaurantes de cada cidade. Mas o que eles sabem do mundo. Quase nada. Pois se alimentar é uma experiência da alma ligada aos nossos sentidos. Para mim o melhor restaurante do mundo naquele dia era jantar na porta da casa de um senhor generoso que preparou um suculento sururu. O gosto da comida está ligado a generosidade de quem te serve. Continuamos viagem no outro dia pelos furos paraenses até novamente enxergar o mar. Voltamos à nossa rotina destemida de desafiar os fortes ventos alísios da costa norte brasileira. Eu sabia que o barco iria quebrar novamente. Sabia que chegaria em um lugar novo e que seria surpreendido por uma nova história. A viagem terminou em Ilha Bela alguns meses depois, e no total foram 289 dias vivendo com quase nada. Talvez esta viagem tenha sido entre todas as sete, a viagem que mais me transformei. Viajar com quase nada e viver tanto foi a experiência mais forte que tive para entender que neste mundo carregamos conosco somente os registros das nossas emoções.
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Marrakech
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Fotografia de Natureza 2
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Fotografia de Natureza 1
Ao capturar a beleza da flora, fauna e paisagens naturais, os fotógrafos de natureza têm a oportunidade de contar histórias visuais e despertar emoções. Neste artigo, exploraremos os elementos essenciais e as técnicas básicas para entrar no mundo da fotografia de natureza e criar imagens impressionantes. 1. Conexão com a natureza: A primeira etapa para se envolver na fotografia de natureza é desenvolver uma conexão com o ambiente natural. Passe tempo explorando parques, florestas, praias ou qualquer área que desperte seu interesse. Observe atentamente os detalhes, estude os padrões e as cores, familiarize-se com a fauna e a flora local. Quanto mais você entender e apreciar a natureza, mais significado suas fotografias terão. 2. Equipamentos adequados: Ter um equipamento adequado é essencial para a fotografia de natureza. Uma câmera DSLR ou uma câmera mirrorless com recursos manuais e ajustes personalizados será uma escolha sólida. Além disso, é importante investir em lentes de qualidade que permitam capturar detalhes e alcançar zoom quando necessário. Uma lente grande angular é ideal para paisagens, enquanto uma teleobjetiva é útil para capturar a fauna à distância. 3. Composição e enquadramento: A composição é um aspecto fundamental na fotografia de natureza. Ao planejar uma foto, procure elementos interessantes que possam servir como ponto focal, como uma árvore solitária, uma cascata ou um animal em ação. Use técnicas como a regra dos terços, linhas de fuga e camadas para criar composições equilibradas e visualmente atraentes. 4. Luz e clima: A luz desempenha um papel crucial na fotografia de natureza. A hora dourada, o momento pouco antes do amanhecer ou depois do pôr do sol, oferece uma luz suave e quente, que realça as cores e adiciona uma atmosfera especial às imagens. No entanto, não subestime a luz durante outros momentos do dia. A luz difusa em dias nublados ou os contrastes dramáticos em condições de luz direta também podem criar fotos interessantes. 5. Paciência e observação: A fotografia de natureza requer paciência e capacidade de observação. Tire o tempo necessário para esperar o momento perfeito, seja para capturar o voo de uma ave ou para registrar a luz do sol filtrada pelas árvores. Esteja atento aos detalhes, às interações entre os animais e ao comportamento da natureza. Muitas vezes, as melhores imagens vêm para aqueles que estão dispostos a esperar e observar. 6. Estudo da vida selvagem: Se a fotografia de animais é o seu foco, é importante estudar o comportamento e os hábitos dos animais que você deseja fotografar. Isso permitirá que você se posicione adequadamente, antecipe os movimentos e crie imagens mais envolventes. Conhecer as rotas de migração, os locais de alimentação e os horários de atividade dos animais é crucial para maximizar suas chances de sucesso. 7. Detalhes e texturas: Além de fotografar paisagens e animais em sua totalidade, não deixe de prestar atenção aos detalhes e às texturas encontrados na natureza. Flores em close-up, padrões de casca de árvores ou gotas de orvalho em folhas podem revelar uma beleza surpreendente. Use uma lente macro para capturar esses pequenos detalhes e explorar um mundo microscópico fascinante. 8. Fotografia em movimento: A natureza está constantemente em movimento, e capturar essa dinâmica pode levar suas fotografias a outro nível. Fotografar pássaros em voo, peixes saltando ou cachoeiras em movimento requer técnicas específicas, como o uso de velocidades de obturador rápidas para congelar a ação ou velocidades mais lentas para criar efeitos de borrão intencional. 9. Edição e pós-processamento: O pós-processamento é uma parte importante da fotografia de natureza. Utilize programas de edição de imagens, como o Adobe Lightroom, para aprimorar o contraste, a saturação e o equilíbrio de cores das suas fotos. No entanto, lembre-se de manter a edição sutil e fiel à cena original, evitando exageros que possam distorcer a essência da imagem. 10. Ética e conservação: Por fim, é essencial praticar a ética e a conservação na fotografia de natureza. Respeite o ambiente natural, mantenha-se em trilhas designadas, não perturbe a vida selvagem e nunca coloque a sua segurança ou a dos animais em risco apenas para obter uma foto. Lembre-se de que a preservação do meio ambiente é tão importante quanto as fotografias que capturamos. A fotografia de natureza oferece infinitas possibilidades criativas e uma oportunidade única de conectar-se com a beleza da natureza. Ao explorar os elementos essenciais e dominar as técnicas básicas, você poderá capturar imagens cativantes e compartilhar sua perspectiva do mundo natural com os outros. Portanto, saia, explore e comece a fotografar a natureza que o cerca.
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