Cada país tem seus segredos. Alguns mais e outros menos, mas todos têm. Conforme viajava eu tentava desvendar alguns desses segredos para que eu soubesse minimamente aonde estava me metendo. Em meu caminho estava o Iêmen e esse país parecia ser um local especialmente obscuro. Sentia que as informações tinham dificuldade de viajar para fora do país e mesmo em sua fronteira eu ainda não sabia quase nada do lugar em que estava prestes a entrar. Para não dizer que eu não sabia de nada, eu havia coletados algumas informações sobre o Iêmen, infelizmente nenhuma delas muito boa: haviam assassinado 5 turistas espanhóis dias antes de minha chegada, havia pontos de conflito no país, o islamismo mais radical da região estava ali e era o 2º pais com mais armas por habitante do mundo. Se eu fosse me basear nessa lista para chegar a alguma conclusão provavelmente seria que eu não duraria 1 dia nesse país. Logo que entrei no Iêmen descobri que essas informações estavam corretas, porém não faziam desse país um lugar ruim ou perigoso, pelo contrário, para minha surpresa foi um dos países que eu mais gostei e onde melhor fui recebido em toda a minha volta ao mundo. As armas estavam lá, bem como um enraizado islamismo, mas isso não fazia muita diferença, sempre que me lembro do Iêmen oque me vem à cabeça é a hospitalidade de seu povo. Simpatia e hospitalidade eram o forte daquela gente, me recebiam com festa nos vilarejos e preparavam banquetes nos lugares onde eu ia passar a noite. Era algo que eu não imaginava que pudesse acontecer. Algo tão improvável quanto ser parado na estrada para então ser escoltado por veículos do exército por cerca de 200 quilômetros. O local não parecia assim perigoso, mas como ordens são ordens, tive que pedalar acompanhado por um grupo de soldados e suas armas. Apesar dos rostos não muito amigáveis, bastava eu apontar minha câmera para eles para obter sorrisos. Atrás daquelas fardas estavam sujeitos muito simpáticos e como todo iemenita, hospitaleiros. Com um pouco de mímica e algumas palavras em inglês só precisei pedir uma vez para tirar uma foto com todos. Todos pararam o que estavam fazendo, alguns subiram no carro, outros ficaram ao lado da bicicleta, outros ainda fizeram cara de sérios e pronto, estava feita a foto do grupo que me protegeu de uma ameaça que nunca soube o que era. Quem vê a imagem sem saber da história até pensa que eu estava correndo algum risco naquele país, por isso é bom saber a história por trás de cada imagem.Cada país tem seus segredos. Alguns mais e outros menos, mas todos têm. Conforme viajava eu tentava desvendar alguns desses segredos para que eu soubesse minimamente aonde estava me metendo. Em meu caminho estava o Iêmen e esse país parecia ser um local especialmente obscuro. Sentia que as informações tinham dificuldade de viajar para fora do país e mesmo em sua fronteira eu ainda não sabia quase nada do lugar em que estava prestes a entrar. Para não dizer que eu não sabia de nada, eu havia coletados algumas informações sobre o Iêmen, infelizmente nenhuma delas muito boa: haviam assassinado 5 turistas espanhóis dias antes de minha chegada, havia pontos de conflito no país, o islamismo mais radical da região estava ali e era o 2º pais com mais armas por habitante do mundo. Se eu fosse me basear nessa lista para chegar a alguma conclusão provavelmente seria que eu não duraria 1 dia nesse país. Logo que entrei no Iêmen descobri que essas informações estavam corretas, porém não faziam desse país um lugar ruim ou perigoso, pelo contrário, para minha surpresa foi um dos países que eu mais gostei e onde melhor fui recebido em toda a minha volta ao mundo. As armas estavam lá, bem como um enraizado islamismo, mas isso não fazia muita diferença, sempre que me lembro do Iêmen oque me vem à cabeça é a hospitalidade de seu povo. Simpatia e hospitalidade eram o forte daquela gente, me recebiam com festa nos vilarejos e preparavam banquetes nos lugares onde eu ia passar a noite. Era algo que eu não imaginava que pudesse acontecer. Algo tão improvável quanto ser parado na estrada para então ser escoltado por veículos do exército por cerca de 200 quilômetros. O local não parecia assim perigoso, mas como ordens são ordens, tive que pedalar acompanhado por um grupo de soldados e suas armas. Apesar dos rostos não muito amigáveis, bastava eu apontar minha câmera para eles para obter sorrisos. Atrás daquelas fardas estavam sujeitos muito simpáticos e como todo iemenita, hospitaleiros. Com um pouco de mímica e algumas palavras em inglês só precisei pedir uma vez para tirar uma foto com todos. Todos pararam o que estavam fazendo, alguns subiram no carro, outros ficaram ao lado da bicicleta, outros ainda fizeram cara de sérios e pronto, estava feita a foto do grupo que me protegeu de uma ameaça que nunca soube o que era. Quem vê a imagem sem saber da história até pensa que eu estava correndo algum risco naquele país, por isso é bom saber a história por trás de cada imagem.
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As Aparências Enganam

Cada país tem seus segredos. Alguns mais e outros menos, mas todos têm. Conforme viajava eu tentava desvendar alguns desses segredos para que eu soubesse minimamente aonde estava me metendo. Em meu caminho estava o Iêmen e esse país parecia ser um local especialmente obscuro. Sentia que as informações tinham dificuldade de viajar para fora do país e mesmo em sua fronteira eu ainda não sabia quase nada do lugar em que estava prestes a entrar.

Para não dizer que eu não sabia de nada, eu havia coletados algumas informações sobre o Iêmen, infelizmente nenhuma delas muito boa: haviam assassinado 5 turistas espanhóis dias antes de minha chegada, havia pontos de conflito no país, o islamismo mais radical da região estava ali e era o 2º pais com mais armas por habitante do mundo. Se eu fosse me basear nessa lista para chegar a alguma conclusão provavelmente seria que eu não duraria 1 dia nesse país.

Logo que entrei no Iêmen descobri que essas informações estavam corretas, porém não faziam desse país um lugar ruim ou perigoso, pelo contrário, para minha surpresa foi um dos países que eu mais gostei e onde melhor fui recebido em toda a minha volta ao mundo. As armas estavam lá, bem como um enraizado islamismo, mas isso não fazia muita diferença, sempre que me lembro do Iêmen, o que me vem à cabeça é a hospitalidade de seu povo.

Simpatia e hospitalidade eram o forte daquela gente, me recebiam com festa nos vilarejos e preparavam banquetes nos lugares onde eu ia passar a noite. Era algo que eu não imaginava que pudesse acontecer. Algo tão improvável quanto ser parado na estrada para então ser escoltado por veículos do exército por cerca de 200 quilômetros.

O local não parecia assim perigoso, mas como ordens são ordens, tive que pedalar acompanhado por um grupo de soldados e suas armas. Apesar dos rostos não muito amigáveis, bastava eu apontar minha câmera para eles para obter sorrisos. Atrás daquelas fardas estavam sujeitos muito simpáticos e como todo iemenita, hospitaleiros. Com um pouco de mímica e algumas palavras em inglês só precisei pedir uma vez para tirar uma foto com todos.

Todos pararam o que estavam fazendo, alguns subiram no carro, outros ficaram ao lado da bicicleta, outros ainda fizeram cara de sérios e pronto, estava feita a foto do grupo que me protegeu de uma ameaça que nunca soube o que era. Quem vê a imagem sem saber da história até pensa que eu estava correndo algum risco naquele país, por isso é bom saber a história por trás de cada imagem.

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Fotógrafo
Arthur Simões
ano da foto
2008
local
Iêmen
quem está na foto
Soldados islâmicos do Iêmen
SOBRE O AUTOR
Em 2006 Arthur Simões iniciou o projeto Pedal na Estrada, uma volta ao mundo de bicicleta, percorrendo sozinho 46 países em 5 continentes. Voltou ao Brasil em 2009, após 3 anos e 2 meses. Lançou o livro O Mundo ao Lado, sobre sua viagem, realizou exposições fotográficas e atualmente trabalha com fotografia e viagens.
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