Em 2010 fiz uma expedição para fotografar a campanha da Adventure Sports Fair daquele mesmo anos. O destino foi a província de Mendoza, na Argentina, uma região repleta de atrativos naturais diferenciados. La Payunia é uma exótica região vulcânica com paisagens monocromáticas e multicoloridas intercaladas. Em alguns vulcões é possível entrar caminhando por labirintos de vias abertas pela erosão natural.
La Payunia tem uma das maiores concentrações de vulcões do mundo, com mais de 800 e forma o cinturão vulcânico dos Andes. Todos os seus vulcões já estão extintos há milênios, mas o cenário de desolação ainda se faz presente e nos remete às origens da terra. O solo, predominantemente basáltico, é bem escuro e diferente, deixando brotar bem espaçados tufos verdes de gramíneas que alimentam guanacos que vivem na área. Pode-se ver no chão dezenas de piroclastos – do grego pedaços de fogo – que são pedras incandescentes lançadas por um vulcão em erupção: elas podem atingir mais de 10km de distância da cratera. Quando secam, algumas variantes podem virar a famosa pedra-pomes.
O horizonte é repleto de vulcões de todos os tamanhos por quilômetros a se perder de vista, sendo o maior deles o Cerro Payún – ou Payún Matrú – e adentrar uma área tão enigmática como esta foi para mim uma experiência digna de uma grande aventura de exploração como nos filmes de Indiana Jones.
O frio era intenso e o vento soprava a uma velocidade de derrubar os incautos. Apesar desse desconforto, tudo o que eu queria naquele momento era ficar ali indefinidamente percorrendo aquele região em busca de imagens. Tive a sorte de retornar ao local em 2013 e o encantamento foi o mesmo.